segunda-feira, 7 de junho de 2010

Clube da Lua

Ficha técnica:
título original:
Luna de Avellaneda
gênero: Drama
duração: 02 hs 23 min
ano de lançamento: 2004
site oficial:
http://www.lunadeavellaneda.com.ar
estúdio: JEMPSA / Pol-Ka Producciones / 100 Bares / Tornasol Films S.A.
distribuidora: Europa Filmes
direção: Juan José Campanella
roteiro: Juan José Campanella, Fernando Castets e Juan Pablo Domenech
produção: Fernando Blanco, Gerardo Herrero, Jorge Estrada Mora e Adrián Suar
música: Ángel Illarramendi
fotografia: Daniel Shulman
figurino: Cecilia Monti
edição: Camilo Antolini

Sinopse:
Luna de Avellaneda é um clube de dança fundado em Buenos Aires na década de 1940. Durante mais de 40 anos diversos clubes como este funcionaram nos bairros da capital argentina, trazendo diversão e vida social para seus habitantes. A crise financeira dos anos 90, porém, fez com que estes clubes começassem a fechar suas portas. Ameaçado pela falta de clientes, o Avellaneda enfrenta sua maior crise. À beira da falência, os descendentes de seus fundadores se unem para evitar o pior: a transformação do clube em um cassino.

Elenco:
Ricardo Darín (Román Maldonado)
Eduardo Blanco (Amadeo Grimberg)
Mercedes Morán (Graciela)
Valeria Bertuccelli (Cristina)
Silvia Kutika (Verônica)
José Luis López Vázquez (Don Aquiles)
Daniel Fanego (Alejandro)
Atilio Pozzobon (Atilio)
Horacio Peña (Julio)
Maria Victoria Biscay (Macarena)
Francisco Fernández de Rosa (Dario)
Micaela Moreno (Dalma)

Alan Sabbag (Ismael)



Nosso Parecer: O filme em si traz aquele ar de nostalgia dos tempos antigos e o resgate da memória afetiva. O clube “Luna de Avellaneda” não é apenas o local onde acontece a ação, mas é também personagem. Isso em uma análise mais profunda, a qual não pretendo realizá-la. Sem dúvida é um filme que desejaria rever, pois possui uma temática interessante. A personagem de Ricardo Darín nasceu no clube, uma cena muito bonita por sinal, mas na vida adulta ele é motorista de táxi e leva uma vida simples. A crise econômica dos anos 90 que assolou a Argentina é sutilmente mostrada no cotidiano das personagens: há a menininha que quer fazer balé no clube, mas em sua casa não há nada para comer; o motorista de táxi que nas horas vagas faz de um tudo no clube, trabalha de graça na faxina e manutenção; um alcoólatra que treina um time de futebol de salão e o filho do motorista de táxi que quer imigrar para a Espanha em busca de uma vida melhor. Os dramas humanos não param por aí: há a professora de balé (Valeria Bertuccelli) que quer restaurar a vida de Amadeo (Eduardo Blanco). Eles vivem um romance que à primeira vista parece não engatar, mas assim como o clube, parece caminhar para algumas mudanças, principalmente para a personagem de Eduardo Blanco, também em uma comovente interpretação. Morre o fundador Don Aquiles (José Luis López Vázquez) e o ambicioso Alejandro (Daniel Fanego) propõe uma reunião aos trezentos e poucos sócios do clube para informar suas pretensões de transformar o local em um cassino e geração de emprego para 200 pessoas. O que não impressiona Román (Ricardo Darín), que propõe uma outra maneira de resgatar o Avellaneda. A discursão acaba em votação. Mas a saída proposta por Román não convence a todos. O filho mais velho de Román convence ele e a mãe a imigrarem juntos para a Espanha, mas na cena final em que o motorista de táxi vai procurar uma mala para guardar as roupas, justamente no galpão do Avellaneda, lhe aparece sua carteirinha de sócio vitalício. E então fica aquela coisa no ar: a da talvez desistência da viagem para recomeçar uma nova luta pela sobrevivência do Clube de Avellaneda. Fica uma certa reflexão sobre: ir a para um outro país seria a melhor saída? E a questão das raízes: o lugar onde alguém nasceu, viveu e onde está toda uma vida.
Nota: ***

terça-feira, 1 de junho de 2010

Entre as Pernas

Ficha Técnica:
Título original: Entre las piernas
Ano: 1999 (Espanha)
Gênero: Drama
Direção: Manuel Gómez Pereira
Roteiro: Manuel Gómez Pereira, Yolanda García Serrano e Juan Luis Iborra; Baseado no romance “Entre las piernas” de Joaquín Oristrell.
Música: Bernardo Bonezzi
Fotografia: Juan Amorós
Edição: José Salcedo
Elenco: Amelia Ochandiano
Direção de Arte: Alain Bainée
Cenários: Ramón Moya
Figurino: Alberto Luna
Assistente de produção: Guillaume Bounaud
Departamento de arte: José Altit
Produtor executivo: César Benítez
Som: Tino Azores
Efeitos especiais: Reyes Abades


Elenco:
Victoria Abril (Miranda)
Javier Bardem (Javier)
Carmelo Gómez (Félix)
Juan Diego (Jareño)
Sergi López (Claudio)
Javier Albalá (Juancar)
María Adánez (Juani)
Carmen Balagué (Begoña)
Manuel Manquiña (Manuel)
Víctor Rueda (Azucena / Jacinto)
Salvador Madrid (Chefe de polícia)
Roberto Álvarez (Anastasio)
Alberto San Juan (Rojas)
Charo Zapardiel (Marina Salinas)
Àngels Bassas (Lola)
Beatriz Bergamín (Diana)
Adolfo Fernández (Pepe Santander)
Cristina Brondo (Luisa)
Alexandra Cobo (Natacha)
Juli Mira (Julián)
Javier Anido (Ginés)
Natalia Dicenta (Azucena / Jacinto - voz)
Iñaki Gabilondo (Locução de rádio - voz)


Sinopse: Uma mulher e um homem conhecem-se na primeira reunião de um grupo de terapia para viciados em sexo. Miranda (Victoria Abril) é uma locutora de rádio casada com Felix (Carmelo Gómez), chefe da polícia em Madrid. Javier (Javier Bardem) é um roteirista e produtor de cinema bem sucedido, que vive preso a uma relação erótica via telefone com uma enigmática mulher.
A atração que surge entre ambos vai mudar por completo as suas vidas, mas quando a polícia descobre um assassinato macabro com ligações ao mundo do cinema as consequências são dramáticas.
O conflito de Javier e Miranda vai levá-los a viver uma história de amor, nada convencional, repleta de tensão, mistério e paixão, numa viagem carregada de personagens também misteriosos e envolventes.


Nosso parecer: Entre as pernas é um filme noir sem dúvida, em que os personagens centrais vivem uma história de amor tensa, pois ambos são compulsivos ao sexo e acabam se conhecendo em uma reunião dos “sexólatras anônimos”. Aliás até o próprio responsável pela reunião sofre do mesmo mal: sendo esta a cena inicial do filme: um homem que não consegue controlar seus impulsos sexuais e não deixa passar nem a babá da filha pequena. Aquela cena em que a babá coloca no cabelo um alfinetão já vi em um filme de Almodóvar, “Matador”, neste filme a femme fatale matava os seus amantes com aquele alfinetão de cabelo. Mas neste filme a cena é forte também. O que acontece com o alfinetão é melhor não dizer...
Javier Bardem como sempre impressiona com sua interpretação. Na reunião dos viciados todos dizem: “Eu sou um viciado em sexo. Estou doente e necessito de ajuda”, ele é o último a dizer, com aquela cara dura enigmática. Na terapia faz amizade com Miranda (Victoria Abril), mas no primeiro encontro tentam se controlar ao máximo e ainda passam por constrangimento, porque no restaurante um homem reconhece Miranda e fica falando do que fizeram numa noite. A partir dessa saia justa, Miranda confessa a Javier que é uma ninfomaníaca, mas que estava já há duas semanas se controlando e Javier lhe conta que era viciado em sexo por telefone, precisamente com uma mulher misteriosa. Miranda trabalha em uma rádio e leva Javier até lá. O programa é referência para aqueles que gostam de sexo por telefone. Na rádio Javier fica sabendo que todas as suas conversas por telefone foram gravadas. As histórias em que ele falava por telefone com a participação de Azucena, a misteriosa mulher, são as mais pedidas pelos ouvintes e o pessoal da rádio fatura com isso. Claro que Javier fica chocado com o que estão fazendo com sua intimidade, em um dos diálogos ele diz para Miranda: “Me sinto estuprado”. Mas ao voltar para escutar aquelas histórias e ao sair com Miranda o desejo volta total. A cena em que ele a pega no estacionamento é muito bem feita. Aliás que pegada a do Javier Bardem... Apesar do filme ter um apelo erótico, ele não traz nenhuma cena de nudez completa. Nas principais cenas os atores estão completamente vestidos. A trama tem algo de suspense, drama e gênero policial, mas não pretende discutir nada, nem os problemas sexuais, nem o mote de filme policial, tampouco o erotismo. Mas cumpre a sua função de prender o espectador até o fim.

Nota: ****

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